terça-feira, 5 de maio de 2015

NANUKE, e todos os paninhos do mundo...


Ele não pode ver um paninho, camiseta, toalha, tapete, qualquer coisa que ele deita. Tantos banhos, ... e sempre aquele cheirinho, batizando seus espaços... e sem lembrar da incontinência urinária =x. Nossa convivência é curta para sua idade muita, e também levei um tempo para transformar e assimilar nossa amizade. De um estranho ranzinza para alguém na minha vida, ... não há mundo para certezas!

Estava nesse momento e pensei em pedir para Danilo escrever sobre o Nanuke, ao que prontamente aquiesceu. Foi o seu lobista de início, apontando suas formosuras.

Em suas palavras...

Ele chegou quando a gente já era. Veio pequeninho ocupando um lugar no nosso pequeno lar. 
Conquistando seu espaço pouco a pouco, veio se fazendo gente, e à medida que passava tempo para gente, passa ainda mais rápido pra ele. E ai, a gente se fazendo gente, e vida se mostrando vida, na sua lógica confusa, seguiu um curso que só ela sabe qual. A certeza, era só que tudo cresce.

Cresce a gente, e ele junto cresceu também, não muito, mas do jeito dele, que nem a vida. No seu tamanhinho, era um gigante. E por crescer exigiu uma casa maior para ele. E a casa aumentou, e a gente cresceu, e ele continuou com a gente. Claro, de vez outra, na sua pequenura, batia nele um gigantismo, e ele resolvia achar um buraco na casa grande e se fazer do tamanho do mundo.

E ficava lá, fazendo sei lá o que, uns dias. E voltava para nosso alívio, quando percebia que ser dono do tamanho do mundo era difícil, melhor ser dono do tamanho da casa e conseguir dormir em um cantinho qualquer, com seu cheiro em todos os cantos. Mas havia um preço a pagar pela aventura. A água. E ele nunca perdeu esse costume. Ranzinza, resmunga, debate, foge, se esfrega novamente no chão. É jeito dele.
Já crescido ele sabe o que faz. Ele foi crescendo, nós também. Foi adquirindo outras manias, nós também. E ele se esfrega no pé, na planta, na cadeira, na arvore, na parede. E lambe e lambe, e coça, e às vezes suas manias não encontram com a nossa, e ai já viu, porta a fora.

Mas ele sabe que a porta abre e fecha, e ele entra outra vez, e outra vez ele sai, e lá novamente ele acha um jeito de achar um canto, e nesse canto, feito para ele, ele deita, no seu espacinho pequeno, onde ele reina. Aí de nós se a porta está fechada, e ele bate, ele arranha, e de vez por outra, em um a língua só dele, mas a gente entende, ele fala:


- Au!